quarta-feira, 22 de junho de 2011

Instruções para chorar

          Deixando de lado os motivos, concentremo-nos na maneira correta de chorar, entendendo por isso um choro que não chegue ao escândalo, nem que insulte ao sorriso com sua paralela e inoportuna semelhança. O choro regular ou ordinário consiste em uma contração geral do rosto e um som espasmódico acompanhado de lágrimas e muco. Esses últimos ao final, pois o choro acaba no momento em que se assoa energicamente o nariz. Para chorar, dirija a imaginação para você mesmo, e se isso for impossível por ter contraído o hábito de acreditar no mundo exterior, pense em um pato coberto de formigas ou nesses golfos do Estreito de Magalhães onde ninguém entra, nunca. Uma vez presente o choro, cobrirá discretamente o rosto usando as duas mãos com a palma para dentro. As crianças chorarão com a manga do casaco sobre o rosto, e de preferência num canto do quarto. Duração média do choro: três minutos.

Júlio Cortázar

domingo, 1 de maio de 2011

Até que enfim

             Ontem, 30/4/2011, depois de alguns longos anos como estudante da faculdade de letras da UFRJ, consegui colar grau.
              Fui surpreendido pelo esquema atual da cerimônia, pois depois de assinar uma chamada, você tem direito a uma beca e fotos (que depois eles vão querer te vender), mas, de alguma maneira te dá oportunidade de ter uma cerimônia mais luxuosa, e não passar em branco o evento da formatura.
              A cerimônia inclui brinde com "champagne" no final (com leve gosto de goiaba) e canudo, que, em se tratando de uma formatura da turma de letras, não podia faltar (gay, eu sei).
              O importante é que agora, oficialmente, uma etapa se encerra, e de alguma maneira isso nos estimula a começar outras jornadas na vida.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Contos da internet

Mulher passa veneno na vagina para matar marido durante sexo oral

Uma ocorrência incomum foi registrada no 4º Distrito Policial de Rio Preto, na última semana. Trata-se de “averiguação de tentativa de homicídio”. O inusitado da história é o teor da denúncia: um homem procurou a polícia e contou que após uma briga a mulher passou uma substância tóxica (veneno) da vagina e o convidou para sexo oral.

Esperto, o maridão deu uma cheiradinha no produto antes de saborear o veneno e desconfiou da intenção perversa da mulher. A ocorrência foi registrada pelo delegado Walter Colacino Júnior, que diante da versão inusitada, determinou a apuração dos detalhes do caso antes de adotar qualquer providência. 
 


http://www.regiaonoroeste.com/portal/materias.php?id=29854&busca&pagina&oquelista


É, e por aí se preocupam com o veneno das cobras.

sábado, 9 de abril de 2011

Sem assunto

                
É impressionante como, em poucos dias vivendo como o dono de um blog, me forço a escrever algo. A cada dia que passa, e vejo a foto do Alencar aí embaixo me lembrando que já tem tempo que não posto nada, me sinto mal, meio constrangido, mais ou menos como quando você tem que desenvolver uma conversa com alguém que você não conhece, que não tem intimidade ou que não tem nada em comum, e por mais que tente, nenhum tema lhe vem à cabeça.
                   Não gosto do silêncio, e o silêncio do blog estava me fazendo mal. Por isso, resolvi postar sobre a dificuldade de dizer algo, resolvi fazer da falta de assunto o assunto (apelei, eu sei, mas já usei essa tática outras vezes, em silêncios do cotidiano).
           Outra coisa interessante é que quando me vejo "obrigado" a escrever algo, me imponho a responsabilidade de fazer alguma coisa decente, que tenha conteúdo, que possa mostrar algo diferente, sei lá...De qualquer maneira, me impressiona como esse texto passou pelo meu filtro.
                    Muito bem. Para quem ler essa porcaria, se alguém ler, fica a promessa que da próxima vez o post não vai fazer você se perguntar por que cargas d'água eu criei um blog.
                     

terça-feira, 29 de março de 2011

segunda-feira, 28 de março de 2011

Tres de mayo

               Suena la alarma. El cuerpo cansado ruega por cinco minutos más. Un golpe en la cama y pocos segundos de conciencia le dan coraje para levantarse y enfrentar todo otra vez.               
               Los pasos torcidos hacia el baño revelan la falta de lucidez y la falta de ganas matinales que le invaden el cuerpo. Ducha rápida, no puede perder mucho tiempo. Su prisa la testimonia el sol, que de a poco se va asomando en el horizonte. Ya es casi la hora.
                La ropa elegida la noche anterior no va bien con el único par de zapatos propio para la ocasión. Antes de salir, la ve durmiendo. Prefiere no besarla, no la quiere despertar. Seis de la mañana.
                Gracias al precio de la gasolina y las malas condiciones de las carreteras, ni siquiera piensa en agarrar la llave del auto dispuesta sobre la mesa. Camina. Camina hasta la parada más próxima.                            
                El reloj, que durante el dia insiste en no moverse, en esas horas corre, anuciándole su posible llegada tardía. Luz roja, autos, camiones. De pie, en el colectivo, se da cuenta que a cada día el camino se hace más largo.
                Ocho y dos. De dos en dos minutos, al fin del mes se justifica la Idea de que tiempo es dinero, aunque allí el tiempo le cueste mucho más. Al llegar, se repite la misma sensación de dejavù de todos los dias. Camina hasta su oficina, mientras los “buen día” ajenos se encargan de la banda sonora.
                Se sienta en la silla. Toma las providencias del inicio del día. No deja de comentarle al compañero el absurdo de los titulares del diario.  Economía. Política. Deportes. Apesar de la fase de su equipo, este tema lo anima un poco más. Se agotan los comentarios.
                Llega el peor momento. El reloj parece no funcionar. Ya se le ocurrió comprarse uno nuevo, seguro de que el tiempo no podría ser tan lento. Nueve largas horas. Nueve larguísimas horas demoran horas incontables en pasar.
                En fin, es hora, se prepara para irse. Fila para salir. Fila para el colectivo. Fila de autos. Muchos autos y semáforos. Más semáforos. No entendía porque carajo se veían tantas putas luces rojas.
                Siete y doce. Casa, finalmente llega a casa. En dos horas juega su equipo. En la ducha, deja caerle sobre la cabeza el agua cálida, que, como un té milagroso o una pócima mágica, lo ayuda  a olvidar los miles de protocolos e informes que le quedaron en el pasado.
                Las empanadas de ayer le rellenan perfectamente el vacío del estómago. La coca sin gas, el trago más adecuado para aquella noche, completa el banquete.
                Empate de su equipo. Gol de defensor y árbitro hijo de puta compusieron el resultado del partido. Activa la alarma. Listo. Le quedan seis horas de sueño.

Passo em Falso

Faço questão que esse seja o primeiro post propriamente dito. Alguns poucos já conhecem essa letra e canção.


PASSO EM FALSO

Talvez eu hoje possa ver 
o que não vi, não vim, não venci
Vai ser melhor a outra vez
Tratando de saber o que levei daqui
Assim nesse ser clichê
Eu só fiz nascer e me perdi
Até mais um passo em falso
Caindo em mim
Vou me encontrar
Aprendendendo que viver
Faz parte de errar